La revista Chicos-Cataletras, de Cataguases, Brasil

Cataguases es la tierra del poeta brasileño Ronaldo Cagiano (1961), de la vieja estación de trenes "Maria-Fumaça", y de un puñado de hombres y mujeres que dan ejemplo de luchas, de vida, de defensa de la poesía en el estado de Minas Gerais y más allá. Literatura e ideas convocan su presencia, del modo virtual, en la revista Chicos, cuyo número 68 expresa constancia, persistencia, trabajo tesonero y creación compartida.

Señalar nombres, así sea asistido de buena intención y justa argucia, no deja de ser tarea riesgosa, por cuanto se sustraen autores y autoras, de modo involuntario, sin dudas, pero la intención de señalar al menos un grupo representativo, me conmina a dejar sobre estas líneas una muestra de creadores nacidos en Cataguases—la mayoría—, o en los aledaños de la provincias de Minas Gerais, que constituyen una muestra creativa de ese esfuerzo editorial presente, mes a mes, en la revista Chicos Cataletras, que nos ocupa.

En concreto, refiero acá a algunos autores y autoras presentes en los números 64, 65, 66, 67 y 68 de este medio literario tan singular. Son ellos y ellas: Leonardo Campos, Flausina Márcia, Helen Massote, Emerson Teixeira Cardoso, Fernando Abritta, Leonardo Garet, Brito Roque, José Vecchi de Carvalho, Enzo Menta, Danilo Gomes, Hugo Pontes y Luiz Ruffato. De manera muy especial quiero mencionar la intachable colaboración y buena voluntad de nuestro grande poeta y amigo Anderson Braga Horta para traducir al portugués textos míos, de la poeta argentina Amelia Arellano y del venezolano Carlos San Diego, para mostrarnos en esa vitrina colectiva representada en la revista de literatura e ideas Chicos Cataletras, Gracias poeta Anderson, por tu ejemplo, entrega e invaluable disposición al trabajo y la vida en poesía.

Este último Editorial puede ser extraído de cualquiera de los anteriores, y abarcaría por igual el leifmotiv de su huella predecesora: "A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática." De esa, su universalidad local, valorativa del pasado, sin excluir categoría artística alguna de su entorno y el mundo, da muestras muy valiosas esta prestigiosa revista al mostrar el presente de las letras de Brasil, más allá de su ámbito inmediato.

El equipo editorial tiene al frente a los poetas cataguasenses Emerson Texeira Cardoso y a nuestro amigo José Antonio Pereira, junto a sus colaboradores Gabriel Franco, Vicente Costa y José Vecchi de Carvalho. En su gesta tiene presencia la fotografía, el testimonio, la huella vital de figuras claves del Brasil, la obra plástica, la música, la arquitectura. Cuanto signifique encuentro y valoración de hombres y mujeres creadores, de pueblos que hablan a través del arte y su esencia, de creaciones intemporales y su presencia en la historia cultural de Cataguases y más allá, estará sin dudas en las páginas de la revista Chicos.

El número 68 de Chicos Cataguases nos recrea la huella del poeta Luis Aranha Pereira, nacido en São Paulo en 1901 y fallecido en Rio de Janeiro en 1987. De este valioso autor incluyo, al final de esta nota, una traducción tentativa que he realizado a "Poema Pitágoras", incluyendo, igualmente, la versión en portugués. Antes, Chicos, no ha mostrado al músico, compositor y pianista, nacido en Cataguases en noviembre de 1958 y fallecido —víctima del Covid-19— el 31 de marzo de 2021, Agenor Ladeira de Andrade; y a Erthos Albino de Souza, nacido en Ubá, Minas Gerais, en 1932 y fallecido en Juiz de Fora, MG, en el año 2000; poeta pionero de la poesía computadorizada en el Brasil. Así como estos autores, muchos otros que han experimentado vanguardia y tradición, ruptura y novedad, con nombres y aportes que igual tienen la presencia de autores portugueses y brasileiros, como Pedro Barbosa, Silvestre Pestana, Antero de Alda y João Coelho, más un largo etcétera.

Destacan en los temarios de la revista Chicos Cataletras la actualidad de sus contenidos, la inclusión de autores jóvenes, el registro actualizado de publicaciones locales y nacionales, el rescate del pasado, la crítica literaria profesional, la novedad editorial y la visión abierta, múltiple y ponderada del arte en todas sus expresiones (pintura, escultura, poesía visual, arte cinético, teatro experimental, teatro clásico, música local, moderna o clásica, corrientes artísticas universales y nacionales, en fin.)

Poetas Emerson Texeira Cardoso y José Antonio Pereira, tienen todo nuestro apoyo desde Venezuela y todos sus horizontes; y que los ríos, las selvas, los mares del Caribe y toda la magia de nuestra América indómita, abra páginas a los cuatro vientos, desde Cataguases para el mundo, para seguir sus pasos y su valiosa gesta. Enhorabuena, hermanos.

Por último, dejo a los lectores de aporrea.org, además del poema de Luis Aranha, otro de nuestra amiga Amelia Arellano, ambos aparecidos en Chicos N° 68 y N° 66, respectivamente.

PD.

Los siguientes son los medios de enlace. Comunicación y consulta de la revista Chicos Cataletras:

cataletras.chicos@gmail.com

Visite-nos em:

https://independent.academia.edu/ChicosCataletras https://www.yumpu.com/pt/chicos_cataletras

 

Poema Pitágoras

Por Luís Aranha

 

Depois de um quadro

Uma escultura

Depois de uma escultura

Um quadro

Antianatômico

Risco de vida numa tela morta

Extravagante Quisera ser pintor!

Tenho em minha gaveta esboços de navios

Só consegui marinhas

Somos os primitivos de uma era nova

Egito arte sintética

Movimento

Exagero de linhas

Baixos relevos de Tebas e de Mênfis

Ir ao Egito

Como Pitágoras

Filósofo e geômetra

Astrônomo

Talvez achasse o teorema das hipotenusas e a tabela da multiplicação

Não lembro mais

Preciso ir á escola

O céu é um grande quadro-negro

Para crianças e para poetas

Circunferência

O círculo da lua

De Vênus traço a ela uma tangente luminosa que vai tocar algum planeta ignorado

Uma linha reta

Depois uma perpendicular

E outra reta

Uma secante

Um setor

Um segmento

Como a Terra que é redonda e a lua circunferência há de haver planetas

poliedros planetas cônicos planetas ovoides

Correndo em paralelas não se encontram nunca

Trapézios de fogo

Astros descrevem no céu círculos elipses e parábolas

Os redondos encontram-se uns aos outros e giram como rodas

dentadas de máquinas

Sou o centro

Ao redor de mim giram as estrelas e volteiam os celestes

Todos os mundos são balões de borracha coloridos que tenho presos

por cordéis em minhas mãos

Tenho em minhas mãos o sistema planetário

E como as estrelas cadentes mudo de lugar frequentemente

A lua por auréola

Estou crucificado no Cruzeiro

No coração

O amor universal

Glóbulos de fogo

Há astros tetraedros hexaedros octaedros dodecaedros e icosaedros

Alguns globos de vidro fosco com luzes dentro

Há também cilindros

Os cônicos unem as pontas girando ao redor do eixo comum em sentido contrário

Prismas truncados prismas oblíquos e paralelepípedos luminosos

Os corpos celestes são imensos cristais de rocha coloridos girando em todos os sentidos

A cabeleira de Berenice não é uma cabeleira

O Centauro não é centauro nem o Caranguejo caranguejo

Música colorida ressoando nos meus ouvidos de poeta

Orquestra fantástica

Timbales

Os címbalos da lua

Rufa as castanholas das estrelas!

Elas giram sempre

Furiosamente

Não há estrelas fixas

Os fusos fiam

A abóbada celeste é o barracão de zinco de uma fábrica imensa

E a lã das nuvens passa na engrenagem

Trepidações

Meu cérebro e coração pilhas elétricas

Arcos voltaicos

Estalos

Combinações de idéias e reações de sentimentos

O céu é uma vasta sala de química com retortas cadinhos tubos provetas e todos os

Vasos necessários

Quem me quitaria de acreditar que os astros são balões de vidros

Cheios de gases leves que fugiram pelas janelas dos laboratórios

Todos os químicos são idiotas

Não descobriram nem o elixir da longa vida nem a pedra filosofal

Só os pirotécnicos são inteligentes

São mais inteligentes do que os poetas pois encheram o céu de planetas novos

Multicores

Astros arrebentam como granadas

Os núcleos caem

Outros sobem da terra e têm uma vida efêmera

Asteróides asteriscos,

Rojões de lágrimas

Cometas se desfazem

Fim da existencia

Outros encontram como demônios da idade média e feiticeiras de Sabbath

Fogos de antimônio fogos de Bengala

Eu também me desfarei em lágrimas coloridas no meu dia final

Meu coração vagará pelo céu estrela cadente ou bólido

Estrela inteligente estrela averroísta Vertiginosamente

Enrolando-o na fileira da Via-Láctea

Joguei o pião da Terra

E ele ronca

O movimento perpétuo

Vejo tudo

Faixas de cores

Mares

Montanhas

Florestas

Numa velocidade prodigiosa

Todas as cores sobrepostas

Estou só

Tiritante

De pé sobre a crosta resfriada

Não há mais vegetação

Nem animais

Como os antigos creio que a Terra é o centro

A Terra é uma grande esponja que se embebe das tristezas do universo

Meu coração é uma esponja que absorve toda a tristeza da Terra

Bolhas de sabão!

Os telescópios apontam o céu

Canhões gigantes

De perto

Vejo a lua

Acidentes da crosta resfriada

O anel de Anaxágoras

O anel de Pitágoras

Vulcões extintos

Perto dela

Uma pirâmide fosforescente

Pirâmide do Egito que subiu ao céu

Hoje está incluída no sistema planetário Luminosa

Com a rota determinada por todos os observatórios

Subiu quando a biblioteca de Alexandria era uma fogueira iluminando o mundo

Os crânios antigos estalam nos pergaminhos que se queimam

Pitágoras a viu ainda em terra

Viajou no Egito

Viu o rio Nilo os crocodilos os papiros e as embarcações de sândalo

Viu a esfinge os obeliscos a sala de Karnak e o boi Apis

Viu a lua dentro do tanque onde estava o rei Amenemat

Mas não viu a biblioteca de Alexandria nem as galeras de Cleopatra nem a dominação dos ingleses

Maspero acha múmias

E eu não vejo mais nada

As nuvens apagaram minha geometria celeste

No quadro negro

Não vejo mais a sua nem minha pirotécnica planetária

Uma grande pálpebra azul treme no céu e pisca

Corisco arisco risca no céu

o barômetro anuncia chuva

Todos os observatórios se comunicam pela telegrafia sem fio

Nem penso mais porque a escuridão da noite tempestuosa penetra em mim

Não posso matematizar o universo como os pitagóricos

Estou só

Tenho frio

Não posso escrever os versos áureos de Pitágoras!...

Poema Pitágoras

Por Luís Aranha

Traducción: José Pérez

Después de un cuadro

una escultura

Después de una escultura

un cuadro

Antianatómico

Riesgo de vida en una tela muerta

Extravagante ¡Quisiera ser pintor!

Tengo en mi gaveta bocetos de navíos.

Sólo conseguí marinas

Somos los primitivos de una nueva era

Egipto arte sintético

Movimiento

Exageración de líneas

Bajorrelieves de Tebas y Menfis

ir a Egipto

como Pitágoras

filósofo y geómetra

astrónomo

Tal vez encontraría el teorema de la hipotenusa y la tabla de multiplicar

No recuerdo más

Necesito ir a la escuela

El cielo es una gran pizarra.

Para niños y para poetas.

Circunsferencia

El círculo de la luna

Desde Venus le trazo una tangente luminosa que va tocar algún planeta ignorado

Una línea recta

después una perpendicular

y otra recta

un sector

un segmento

Como la tierra, que es redonda y la luna de circunsferencia, debe haber planetas

poliedros planetas cónicos planetas ovoides

Corriendo en paralelo no se encuentran nunca

Trapecios de fuego

Los astros describen en el cielo círculos, elipses y parábolas.

Los redondos se encuentran unos a otros y giran como ruedas

dentadas de máquinas

Yo soy el centro

Alrededor de mi giran las estrellas

Todos los mundos son globos de gomas coloridos que tengo pegados

por cordel en mis manos

Tengo en mis manos el sistema planetario

Y como las estrellas fugaces cambio, cambio de lugar frecuentemente

La luna por aureola

Estoy crucificado en el Crucero

En el corazón

El amor universal

Glóbulos de fuego

Hay astros tetraedros hexaedros octaedros dodecaedros e icosaedros

Algunos globos de vidrios fusco con luces dentro

Hay también cilindros.

Los cónicos unen los extremos girando alrededor del eje común en dirección opuesta.

Prismas truncados prismas oblicuos y paralelepípedos luminosos

Los cuerpos celestes son inmensos cristales de roca coloridos girando en todos los sentidos.

La cabellera de Berenice no es una cabellera

El Centauro no es un centauro ni el Cangrejo cangrejo

Música colorida resonando en mis oídos de poeta

0rquesta fantástica

Timbales

Los címbalos de la luna

¡Tocad las castañuelas de las estrellas!

Ellas giran siempre

Furiosamente

No hay estrellas fijas

Los husos giran

La bóveda celeste es la barraca de zinc de una fábrica inmensa

Y la lana de las nubes pasa por los engranajes

Trepidaciones

Mi cerebro y corazón pilas eléctricas

Arcos voltaicos

Crujidos

Combinaciones de ideas y reacciones de sentimientos.

El cielo es una vasta sala de química con retortas, crisoles, tubos probetas y todos los vasos necesarios

Quién me impediría creer que las estrellas son globos de vidrio

Lleno de gases ligeros que escaparon por las ventanas de los laboratorios.

Todos los químicos son idiotas.

No encontraron ni el elixir de larga vida ni la piedra filosofal

Solo los pirotécnicos son inteligentes

Son más inteligentes que los poetas porque llenaron el cielo de planetas nuevos

Multicolores.

Las estrellas explotan como granadas

Los núcleos caen

Otros se levantan de la tierra y tienen una vida efímera

asteroides asterisco,

rastros de lágrimas

Los cometas se deshacen

Fin de la existencia

Otros se encuentran como demonios de mediana edad y hechiceras de Sabbath

Fuegos de antimonio fuegos de Bengala

Yo también me derretiré en lágrimas de colores en mi último día

Mi corazón vagará por el cielo estrella fugaz o bólido

Estrella inteligente Estrella averroísta Vertiginosamente

Enrollándolo en la fila de la Vía Láctea

Jugué al pie de la Tierra

Y ella ronca

El movimiento perpetuo

Veo todo

Bandas de color

Mares

Montañas

Florestas

A una velocidad prodigiosa

Todos los colores superpuestos

Estoy solo

Temblando

De pie sobre la corteza enfriada

No más vegetación

Ni animales

Como los antiguos creo que la Tierra es el centro

La Tierra es una gran esponja que absorbe las tristezas del universo

Mi corazón es una esponja que absorbe toda la tristeza de la tierra

¡Burbujas de jabón!

Los telescopios apuntan al cielo

Cañones gigantes

De cerca

Veo la luna

Accidentes de costra fría

Anillo de Anaxágoras

El anillo de Pitágoras

Volcanes extintos

Cerca de ella

Una pirámide fosforescente

Pirámide de Egipto que se elevó al cielo

Hoy está incluido en el sistema planetario Luminosa

Con la ruta determinada de todos los observatorios

Subió cuando la biblioteca de Alejandría era una hoguera iluminando el mundo

Los cráneos antiguos estallan en pergaminos que se queman

Pitágoras la vio todavía en tierra

Viajando en Egipto

Vi el río Nilo los cocodrilos el papiro y las embarcaciones de sándalo

Vi la esfinge los obeliscos la sala de Karnak y el buey Apis

Vi la luna dentro del tanque donde estaba el rey Amenemat

Pero no vio la biblioteca de Alejandría ni las galeras de Cleopatra ni la dominación de los ingleses

Maspero encuentra momias

Y ya no veo más nada

Las nubes apagaron mi geometría celeste

En el cuadro negro

No veo más la suya ni mi pirotécnica planetaria

Un gran párpado azul revolotea en el cielo y parpadea

Meteórico arisco risco en el cielo

El barómetro anuncia lluvia

Todos los observatorios se comunican por telegrafía inalámbrica

No pienso más porque la oscuridad de la noche tempestuosa penetra en mí

No puedo matematizar el universo como los pitagóricos

Estoy solo

Tengo frío

¡No puedo escribir los versos áureso de Pitágoras!...

 

Tango

Amelia Arellano

Traducción: Anderson Braga Horta

Para José del Carmen Pérez

com meu agradecimento

Vem, amor, abraça-me na vertigem do tango.

Trago tatuada em minha raça a fogueira daquele tango Sur.

Vem, amor, façamos a guerra do amor na Praça de Maio.

Toma-me qual anjo nu e desapiedado.

— Não há piedade para as tiranias, não —

Corpo a corpo, espinhos de trigais de vida.

Suave e firmemente.

Com os olhos cerrados á noite.

Decifremos o santuário dos deuses.

Peremptórios.

Avancemos piafando liberdades. Cara a cara. Lua a lua.

De que nos serve esta cidade? Fome a fome.

Cara e seca.

Envolve tuas ramas em minha cintura de pensamentos negros.

Sente como incrusto meus peitos de expectante colostro.

Olha em redor. Já não há gritos, não há cânticos.

Só tango.

Avancemos. Implacáveis. Inclementes. Inflexíveis.

Não há castigo que baste para o dominio das sombras.

Cala, amor, quero jazer nos campos sonolentos do teu corpo.

"Em revolução os métodos hão de ser calados e os fins públicos"

Vem. Abraça-me assim na vertigem calada do tango.



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José Pérez

Profesor Universitario. Investigador, poeta y narrador. Licenciado en Letras. Doctor en Filología Hispánica. Columnista de opinión y articulista de prensa desde 1983. Autor de los libros Cosmovisión del somari, Pájaro de mar por tiera, Como ojo de pez, En canto de Guanipa, Páginas de abordo, Fombona rugido de tigre, entre otros. Galardonado en 14 certámenes literarios.

 elpoetajotape@gmail.com

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